terça-feira, 27 de março de 2012

2ª Caminhada APEE Autismo - Encerramento de Inscrições

Informa mos que devido ao elevado numero de participantes inscritos temos de encerrar as inscrições.

Agradecemos desde já a todos a massiva participação e contamos convosco no proximo Domingo!!!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Intervenção da APEE Autismo na Conferência Parlamentar sobre Educação Especial

Análise

A APEE Autismo considera que o Decreto-lei n.º 03/2008 é uma mais-valia legislativa para os alunos com PEA pois confere-lhes uma resposta adequada às suas necessidades e características, criando-lhes as condições necessárias para o seu desenvolvimento académico. Ao regulamentar o funcionamento das Unidades de Ensino Estruturado (UEEA) para alunos com PEA, deu ainda a possibilidade de uma maior participação dos Encarregados de Educação no processo educativo. Definiu e elencou a forma organizacional destas e dos apoios conferidos aos alunos que são apoiadas pelas UEEA. Todas estas medidas têm ou tiveram como objetivo um apoio especializado e inclusivo que possibilita a estes alunos atingirem o sucesso escolar.A introdução da CIF-CJ, que teve um início de alguma desconfiança por parte dos Docentes, veio clarificar os apoios aos alunos com Necessidade Educativa Especiais (NEE) e afetar os meios que lhe são tão necessários. Contudo, este processo não foi pacífico e careceu de uma correta aplicação nas escolas. No entanto, a sua aplicação foi e continua a ser um “mistério” para muitos Docentes pela sua falta de formação nesta área, pelo que propomos uma forte ação de formação aos Docentes de EE.No que confere às UEEA este decreto veio definir: o conceito; que recursos humanos devem estar afetos; que apoios da ação social devem ter; a sua organização; a definição da participação dos Encarregados de Educação e o estabelecimento de apoios não educativos, através dos Centros de Recursos para a Inclusão (CRI) no Plano Educativo Individual (PEI) de cada aluno.Também se definiu a necessidade de realização de Planos Individuais de Transição (PIT) o que permite ter uma ferramenta capaz de definir a transição para a vida ativa destes alunos.
Como aspetos positivos este decreto-lei tem:
Definição de uma rede de UEEA a nível nacional;
Definição dos recursos humanos necessários e adequados;
Deu maior relevância ao papel dos Encarregados de Educação;
O foco importante na inclusão;
O apoio da ação social escolar;
A rentabilização de meios humanos e materiais;
Trouxe equipas multidisciplinares para dentro da escola.

Como aspetos negativos temos a referir:
Falta de apoio aos alunos que não estão em escola com UEEA;
Uma regulamentação do funcionamento das UEEA;
Falta de definição de apoios na ação social escolar;
Falta de regras e processos de monitorização e acompanhamento da qualidade da resposta educativa das UEEA;
Omissão de um regime sancionatório para incumprimento;
Ausência de regras específicas para o acesso à Carreira de pessoal Docente e não Docente afeto as UEEA.

Conclusão

Concluímos da experiencia acumulada pelo contacto no terreno através de Encarregados de Educação e Docentes de que o Decreto-Lei vem proteger e proporcionar mais apoio aos alunos com PEA mas, com falhas graves de operacionalidade, tais como:
O dimensionamento da rede de UEEA;
Tendência para sobrelotação das salas de ensino estruturado como forma de diminuição de custos e que compromete à qualidade da resposta educativa;
Realça a fraca formação dos docentes e pessoal não docente afeto às UEEA e ao ensino especial em geral;
Falta de meios operacionais e humanos não docentes;
O incumprimento por parte dos Agrupamento do que esta legislado;
Incumprimento do que esta definido no PEI dos alunos;
Inexistência de consequências para quem não cumpre o que está legislado;
Apoios dos Centros de Recursos para a Inclusão abaixo do que esta definido no PEI;
Retirada de apoio social, como por exemplo o transporte escolar;
Falta de respostas, equivalentes, na transição para os 2º e 3º ciclos.
Tendência para que as UEEA sejam meras depositários dos alunos com PEA, funcionando em muitos casos como salas de ensino especial, atropelando o principio da inclusão.

Podemos afirmar com segurança de que este Decreto-lei foi bem elaborado, pensado para um apoio eficaz aos alunos com PEA e promotor de uma inclusão efetiva mas, na prática, esta mal implementado, em parte por falta de formação dos intervenientes, e por uma deficiente (ou inexistente) monitorização da sua aplicação.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Aula de Surf

Sábado, dia 24 Março ás 17h00

Aula de Surf na escola Surfing Life Club na Praia de
Matosinhos (entrada pelo Vagas Bar). Preço por aluno 10€, é obrigatório um
acompanhante por cada criança/jovem e o valor inclui uma prancha, fato para
cada uma das pessoas e balneário com agua quente.

Inscrições através do email: apeeautismo@gmail.com

Projecto Especial Autismo - Lisboa


sexta-feira, 16 de março de 2012

02.abril – Dia Mundial da Consciencialização do Autismo

O autismo é uma desordem neurobiológica complexa, integrada num grupo maior de desordens conhecido como Perturbações do Espectro do Autismo (PEA). Manifesta-se sem distinção racial, étnica e social. Embora não existam dados precisos da incidência do autismo, estima-se que nos Estados Unidos da América exista 1 criança com autismo em cada 110 sendo cerca de 4 vezes mais comum em meninos do que em meninas (estudo do CDC - Center of Deseases Control and Prevention).
Assume-se que este padrão de prevalência seja idêntico nos restantes países.A ONU acredita que existam no mundo mais de 70 milhões de pessoas com autismo. Todos os anos são diagnosticados mais casos de autismo do que de diabetes, cancro e sida todos somados!
O autismo compromete a capacidade de comunicação e de relacionamento com os outros. Falar, olhar nos olhos, cumprir regras sociais básicas são tarefas que podem ser dolorosas para os autistas. O autismo está também associado a rotinas e comportamentos repetitivos e embora no senso comum o autismo seja frequentemente associado a casos bastante graves, como perturbação de espectro que é, o autismo pode-se manifestar nos mais variados graus sendo comum dizer-se que não há dois autistas iguais pelo que a abordagem terapêutica tem de ser individualizada e adaptada às necessidades específicas de cada um.Em qualquer dos casos, o autismo em si não tem cura.
No entanto, quanto mais precoce for a intervenção, maiores serão as possibilidades de a criança autista conseguir levar uma vida autónoma e integrar-se na sociedade sendo que ela própria se deve também adaptar às necessidades dos autistas.
O dia 2 de abril foi decretado Dia Mundial da Consciencialização do Autismo em Dezembro.2007 pela ONU (Organização das Nações Unidas) traduzindo a profunda preocupação desta organização em informar e alertar as pessoas para esta desordem.
Para assinalar este dia, muitos dos principais monumentos das cidades em todo o mundo vão ser iluminados de azul – cor escolhida para o autismo – e todos os que estão envolvidos nesta causa vão prezar por espalhar a cor azul na comunidade.
A APEE Autismo celebra este dia com um fim de semana repleto de actividades:
31.Março
14 h – 17 h: Actividades de integração social no Núcleo de Escuteiros da Campanha
15 h – 17 h: Seminário “Integração sensorial” do Projecto Especial Autismo, na Sede da APEE
1.Abril
10.30 h: Caminhada familiar de 4 km na Foz, Porto. Partida à frente do Edifício Transparente.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Autismo: Desviar o olhar para pensar

As crianças com autismo desviam o contacto ocular ao pensar, especialmente perante aspectos desafiantes, de acordo com uma nova pesquisa da Universidade de Northumbria.Embora geralmente encorajados a manter contato visual como um meio de melhorar suas habilidades sociais, os pesquisadores descobriram que as crianças autistas seguem os mesmos padrões de outras crianças ao processar informações complexas ou tarefas difíceis. Crianças com desenvolvimento típico e adultos desviam o olhar quando questionados com perguntas difíceis e já foi provado que a fuga ao contacto ocular é uma forma para melhorar a precisão das respostas.A Prof. Gwyneth Doherty-Sneddon apresentará suas conclusões no próximo mês no Journal of Child Psychology and Psychiatry.No primeiro estudo deste tipo, os investigadores pediram a 20 crianças com autismo - caracterizada pela sua reduzida sociabilidade - e 18 com Síndrome de Williams - associada com a hipersociabilidade - a realização de testes aritméticos mentais. Ambos os grupos envolvidos desviavam o olhar (contacto ocular) ao pensar, e aumentaram esse desvio consoante a dificuldade da questão colocada aumentava.Prof Doherty-Sneddon disse: "Pesquisas anteriores descobriram que as crianças e os adultos tendem a desviar o seu olhar quando pensam em algo e este princípio pode agora ser aplicado para crianças com autismo também.Embora trabalhar as suas competências sociais seja importante para incentivar o contato ocular das crianças com autismo, esta pesquisa demonstra que o desvio do olhar, num determinado momento dentro de uma interação, é funcional para ajudá-los concentrarem-se em tarefas difíceis."Ao tentar recuperar informações da memória ou exercitar-se na complexa resolução de problemas, olhar para o rosto de alguém pode realmente interferir com o processamento de informações sobre a tarefa em questão. Esta é, em parte, porque caras são fontes ricas de informações que captam a nossa atenção.Ela acrescentou:. "Esta pesquisa terá um grande impacto em termos da forma como os professores interagem com as crianças Quando os professores ou os pais colocarem a uma criança uma pergunta difícil e eles desviam o olhar, o nosso conselho seria de esperar, que lhes seja permitido processar a informação e se concentrarem em encontrar uma resposta adequada. "Jornal de referência: Revista de Psicologia da Criança e 53:4 Psiquiatria (2012), pp 420-430Artigo traduzido da ScienceDaily

terça-feira, 6 de março de 2012

Launching ‘Move the Needle’ – A conference to advance early detection and intervention

I want to share with you the excitement I felt at this week’s strategic planning meeting for our new Move the Needle Initiative. Autism Speaks brought together experts in the field of early detection and intervention for autism spectrum disorder (ASD), with representatives of federal agencies such as the U.S. Health Resources and Services Administration, the Centers for Disease Control and Prevention and the National Institutes of Health to create a national plan for lowering the age of diagnosis for ASD and improve access to high-quality early intervention services for all children with autism.While researchers have made great progress in developing screening and diagnostic tools, the average age of diagnosis remains stubbornly close to 5 years, even higher among some ethnic minorities. Even after their children are diagnosed, many families lack access to the best early intervention therapies.Our meeting was a great opportunity for exchanging ideas between disciplines. We heard from family members, pediatricians, policy makers, clinicians and researchers who are evaluating the best ways to put effective strategies and tools into pediatrician offices and the broader community. Representatives from all part of Autism Speaks attended to help us identify ways to harness our powers together to “Move the Needle.”Experts from outside of autism, including one from the field of breast cancer, shared their knowledge of effective ways to improve early detection and access to services. On the first day of the meeting, we heard about the latest findings on screening, diagnosis, early interventions, access to services in underserved communities and innovative technologies that have the potential to improve access among underserved children and their families.On day two, we split into working groups to develop solutions to the barriers that have interfered with the delivery of earlier diagnosis and treatment in our communities. This included taking the first steps toward creating a new agenda for collaboration between public and private organizations. We brainstormed ideas on how this could be done as soon as possible by building on the tremendous progress of recent years.Though I have only begun to pull together our thoughts and ideas, I want to share a few important issues that floated to the top of the conversation:Family empowerment was a common theme. Studies clearly show that greater engagement and empowerment on the part of families decreases parental stress and increases satisfaction with services. Likewise, we know that children who have the best outcomes tend to be those whose parents are actively engaged in treatment. We discussed several strategies to empower families.We explored a concept we call task shifting, to help address service shortages in many communities. We recognize that, through training, we can tap professionals such as nurses, “birth-to-three” service providers and community volunteers to provide services such as screening and family follow up. This approach can provide families with more professionally delivered services than, say, the typical pediatrician can offer.We agreed that we must harness the potential of technology. Smart phones, iPads and video conferencing are all ready to be developed as tools for improving access to services – especially important for underserved populations such as children in rural areas.Recognizing that pediatricians play a central role in autism screening, we discussed many ideas for enhancing pediatrician awareness and skills, including their ability to connect families with the services they need. These are just a few ideas that came out of this inspiring meeting. It provided a great start to realizing our long-term vision of creating a national agenda through private-public partnerships that focus our investments in research and services in ways that will lower the age of diagnosis and improve access to quality early interventions for all children.Your feedback means the world to us. Please leave a comment and send us an email toScienceChat@autismspeaks.org.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Desafios à Matemática num Currículo Escolar Funcional

O termo "Matemática funcional" pode parecer um conceito um pouco contraditório: enquanto a matemática remete para pensamento - a abstração que leva ao raciocínio - a funcionalidade reflete a necessidade de tornar útil as aprendizagens efetuadas. Neste sentido, implica a tentativa de aproveitar o pensamento matemático para ajudar na funcionalidade que cada criança necessita.
Tendo em conta que Matemática é abstração e pensamento, todos os conceitos matemáticos são abstratos (por mais elementares que sejam, dependem sempre do pensamento de cada um). Assim sendo, quem apresenta deficiência intelectual acentuada manifesta limitações na capacidade de abstrair, refletindo-se na limitação em relação à aprendizagem matemática.
O conhecimento matemático é hierarquizado pois é preciso ter conhecimento básico para evoluir para os conceitos seguintes. É necessário começar pelos conceitos elementares, perceber o que a criança sabe e partir daí para levar a mesa a construir o seu saber. Não é possível aprender conceitos que dependem de outros mais simples sem aprender estes primeiro, sendo por isso que o nível de deficiência condiciona o nível de conhecimento que se pode atingir.
É importante ter em consideração que às crianças com deficiência intelectual apenas importa ensinar / trabalhar o que for útil para a funcionalidade do dia-a-dia; o essencial é desenvolver competências práticas, tentando criar comportamentos operantes e dar segurança aos mesmos.
Deste modo, é importante usar estratégias que valorizem o resultado, o produto obtido, e não o processo. É necessário utilizar a repetição e a imitação como meio de desenvolvimento de certas competências. Através do treino, da repetição e do desenvolvimento da memória, associado sempre a um reforço positivo, é mais fácil proporcionar a estas crianças as aprendizagens necessárias. O uso de materiais como complemento destas aprendizagens torna-se fundamental na aquisição destes conhecimentos, sendo de salientar a importância dos ensinamentos de curta duração seguidos de correção ou reforço positivo imediato, com intervalos de algum tempo, na obtenção de melhores resultados.
As questões visuais são as mais indicadas para pessoas com incapacidades intelectuais pois ajudam a interiorizar os conceitos matemáticos. Neste sentido, a linguagem matemática gráfica nem sempre se torna fulcral; depende da criança com quem trabalhamos e há que se adequar tudo ao aluno em questão.
A Matemática num Currículo Escolar Funcional depara-se com alguns desafios: a deteção e caracterização dos problemas de abstração do aluno; a definição dos patamares cognitivos matemáticos adquiridos pelo aluno nas diferentes áreas; a elaboração de um plano de aprendizagem nas diferentes áreas, de dificuldade crescente a nível concetual e representacional, suportado nos patamares anteriores; a definição de patamares de aprendizagem concetual e representacional do aluno nas diferentes áreas; a elaboração de um programa de aprendizagens de atividades funcionais visando a sua autonomia e determinadas pelas potencialidades, apetências, necessidades e interesses demonstradas pelo aluno, nas áreas: a) rotinas, b) horários, c) transportes, d) orientação espacial e temporal, e) contagens, f) uso do telefone e g) dinheiro.
Na procura de identificação de dificuldades em crianças com deficiência intelectual podem-se trabalhar diferentes temas, os quais podem ser abordados com diferentes tarefas que ajudam a compreender as capacidades de cada criança, tarefas essas que vão ser apresentados segundo a sua ordem de complexidade:
Ao nível dos conceitos logico-matemáticos pode-se:
- Ordenar objetos;
- Introduzir um objeto numa sequência já ordenada;
- Dispor conjuntos de objetos em correspondência termo a termo;
- Indicar características (positivas) de diferentes objetos (utilização da conjunção "e" / "ou");
- Comparar objetos segundo as suas características (comuns e não comuns);
- Formar conjuntos segundo diferentes critérios;
- Definir padrões em sequências de figuras.
Na orientação espacial pode-se introduzir:
- Termos de orientação: esquerda / direita, em cima / em baixo, à frente / atrás, longe / perto - sendo que é importante começar por referir os termos em situações do quotidiano, referentes ao mundo da criança e ao que já conhece;
- Percursos usando pontos de referência fixos;
- Leitura de maquetes e plantas.
Referente à orientação temporal pode-se abordar:
- Termos relacionados com as rotinas diárias - começando pela diferença entre dia, noite e fim de semana / semana (ideias mais presentes no dia-a-dia da criança associado à rotina da escola);
- Termos relacionados com o presente, o passado, o futuro: antes, depois, agora, hoje, ontem, manhã, logo…;
- Narração de histórias e relatos de acontecimentos;
- Leitura das horas (utilizando essencialmente relógios digitais).
Na aprendizagem dos números e numerais, dentro dos conceitos pode-se utilizar:
- Contagem de objetos - numerais ordinais;
- Contagem de objetos - passagem do ordinal para o cardinal;
- Associação de numerais orais à ordem (ordinais) e à quantidade (cardinais) respetiva;
- Uso de operadores aditivos (+1, +2, +3);
- Uso de operadores subtrativos (-1, -2, -3);
- Associação de operadores à ação: acrescentar, somar, tirar (8-3=?), completar (quanto falta de 5 para 8), subtrair, …;
- Uso de operadores aditivos e subtrativos graficamente - neste ponto a calculadora pode ser usada como instrumento / auxílio na escrita dos números.
Ainda dentro dos números e numerais mas respeitante às representações, pode-se abordar:
- Cadeia numérica crescente cardinal;
- Cadeia numérica decrescente cardinal;
- Cadeia numérica decrescente ordinal;
- Numerais cardinais gráficos (leitura e depois escrita);
- Representação gráfica das contagens orais (dos objetos e mais tarde dos numerais, e no fim o cardinal);
- Numerais ordinais gráficos;
- Comparação e ordenação dos numerais;
- Organização dos sistemas de numeração (unidade, dezena, centena).
Por fim, mas não menos importante, na geometria e grandezas é possível trabalhar:
- Formas geométricas;
- Comparação de comprimentos de objetos, usando escalas ordinais (pequeno, grande, médio);
- Comparação de volumes, peso e temperatura de objetos, usando escalas ordinais (pequeno, grande, médio);
- Medição de comprimento de objetos usando objetos do quotidiano como unidade de medição;
- Uso de termos relacionados com o presente, passado, futuro: antes, depois, agora, hoje, ontem, amanha, logo…;
- Leitura de horas;
- Uso do dinheiro – este ponto é complicado de aprender por parte das crianças com incapacidades intelectuais acentuadas porque lida com diferentes unidades - cêntimos e euros.
Importa ainda ressalvar que, como já referido, a matemática é hierarquizada; todas as aprendizagens dependem das aprendizagens anteriores, sendo que se a criança não conseguir atingir um destes patamares dificilmente conseguirá progredir para os seguintes.
Por outro lado, é fulcral ter em atenção o facto de que a matemática não se cinge à escrita, sendo que não é necessário entrar na escrita quando as crianças a isso não são capazes.

O termo "Matemática funcional" pode parecer um conceito um pouco contraditório: enquanto a matemática remete para pensamento - a abstração que leva ao raciocínio - a funcionalidade reflete a necessidade de tornar útil as aprendizagens efetuadas. Neste sentido, implica a tentativa de aproveitar o pensamento matemático para ajudar na funcionalidade que cada criança necessita.
Tendo em conta que Matemática é abstração e pensamento, todos os conceitos matemáticos são abstratos (por mais elementares que sejam, dependem sempre do pensamento de cada um). Assim sendo, quem apresenta deficiência intelectual acentuada manifesta limitações na capacidade de abstrair, refletindo-se na limitação em relação à aprendizagem matemática.
O conhecimento matemático é hierarquizado pois é preciso ter conhecimento básico para evoluir para os conceitos seguintes. É necessário começar pelos conceitos elementares, perceber o que a criança sabe e partir daí para levar a mesa a construir o seu saber. Não é possível aprender conceitos que dependem de outros mais simples sem aprender estes primeiro, sendo por isso que o nível de deficiência condiciona o nível de conhecimento que se pode atingir.
É importante ter em consideração que às crianças com deficiência intelectual apenas importa ensinar / trabalhar o que for útil para a funcionalidade do dia-a-dia; o essencial é desenvolver competências práticas, tentando criar comportamentos operantes e dar segurança aos mesmos.
Deste modo, é importante usar estratégias que valorizem o resultado, o produto obtido, e não o processo. É necessário utilizar a repetição e a imitação como meio de desenvolvimento de certas competências. Através do treino, da repetição e do desenvolvimento da memória, associado sempre a um reforço positivo, é mais fácil proporcionar a estas crianças as aprendizagens necessárias. O uso de materiais como complemento destas aprendizagens torna-se fundamental na aquisição destes conhecimentos, sendo de salientar a importância dos ensinamentos de curta duração seguidos de correção ou reforço positivo imediato, com intervalos de algum tempo, na obtenção de melhores resultados.
As questões visuais são as mais indicadas para pessoas com incapacidades intelectuais pois ajudam a interiorizar os conceitos matemáticos. Neste sentido, a linguagem matemática gráfica nem sempre se torna fulcral; depende da criança com quem trabalhamos e há que se adequar tudo ao aluno em questão.
A Matemática num Currículo Escolar Funcional depara-se com alguns desafios: a deteção e caracterização dos problemas de abstração do aluno; a definição dos patamares cognitivos matemáticos adquiridos pelo aluno nas diferentes áreas; a elaboração de um plano de aprendizagem nas diferentes áreas, de dificuldade crescente a nível concetual e representacional, suportado nos patamares anteriores; a definição de patamares de aprendizagem concetual e representacional do aluno nas diferentes áreas; a elaboração de um programa de aprendizagens de atividades funcionais visando a sua autonomia e determinadas pelas potencialidades, apetências, necessidades e interesses demonstradas pelo aluno, nas áreas: a) rotinas, b) horários, c) transportes, d) orientação espacial e temporal, e) contagens, f) uso do telefone e g) dinheiro.
Na procura de identificação de dificuldades em crianças com deficiência intelectual podem-se trabalhar diferentes temas, os quais podem ser abordados com diferentes tarefas que ajudam a compreender as capacidades de cada criança, tarefas essas que vão ser apresentados segundo a sua ordem de complexidade:
Ao nível dos conceitos logico-matemáticos pode-se:
- Ordenar objetos;
- Introduzir um objeto numa sequência já ordenada;
- Dispor conjuntos de objetos em correspondência termo a termo;
- Indicar características (positivas) de diferentes objetos (utilização da conjunção "e" / "ou");
- Comparar objetos segundo as suas características (comuns e não comuns);
- Formar conjuntos segundo diferentes critérios;
- Definir padrões em sequências de figuras.
Na orientação espacial pode-se introduzir:
- Termos de orientação: esquerda / direita, em cima / em baixo, à frente / atrás, longe / perto - sendo que é importante começar por referir os termos em situações do quotidiano, referentes ao mundo da criança e ao que já conhece;
- Percursos usando pontos de referência fixos;
- Leitura de maquetes e plantas.
Referente à orientação temporal pode-se abordar:
- Termos relacionados com as rotinas diárias - começando pela diferença entre dia, noite e fim de semana / semana (ideias mais presentes no dia-a-dia da criança associado à rotina da escola);
- Termos relacionados com o presente, o passado, o futuro: antes, depois, agora, hoje, ontem, manhã, logo…;
- Narração de histórias e relatos de acontecimentos;
- Leitura das horas (utilizando essencialmente relógios digitais).
Na aprendizagem dos números e numerais, dentro dos conceitos pode-se utilizar:
- Contagem de objetos - numerais ordinais;
- Contagem de objetos - passagem do ordinal para o cardinal;
- Associação de numerais orais à ordem (ordinais) e à quantidade (cardinais) respetiva;
- Uso de operadores aditivos (+1, +2, +3);
- Uso de operadores subtrativos (-1, -2, -3);
- Associação de operadores à ação: acrescentar, somar, tirar (8-3=?), completar (quanto falta de 5 para 8), subtrair, …;
- Uso de operadores aditivos e subtrativos graficamente - neste ponto a calculadora pode ser usada como instrumento / auxílio na escrita dos números.
Ainda dentro dos números e numerais mas respeitante às representações, pode-se abordar:
- Cadeia numérica crescente cardinal;
- Cadeia numérica decrescente cardinal;
- Cadeia numérica decrescente ordinal;
- Numerais cardinais gráficos (leitura e depois escrita);
- Representação gráfica das contagens orais (dos objetos e mais tarde dos numerais, e no fim o cardinal);
- Numerais ordinais gráficos;
- Comparação e ordenação dos numerais;
- Organização dos sistemas de numeração (unidade, dezena, centena).
Por fim, mas não menos importante, na geometria e grandezas é possível trabalhar:
- Formas geométricas;
- Comparação de comprimentos de objetos, usando escalas ordinais (pequeno, grande, médio);
- Comparação de volumes, peso e temperatura de objetos, usando escalas ordinais (pequeno, grande, médio);
- Medição de comprimento de objetos usando objetos do quotidiano como unidade de medição;
- Uso de termos relacionados com o presente, passado, futuro: antes, depois, agora, hoje, ontem, amanha, logo…;
- Leitura de horas;
- Uso do dinheiro – este ponto é complicado de aprender por parte das crianças com incapacidades intelectuais acentuadas porque lida com diferentes unidades - cêntimos e euros.
Importa ainda ressalvar que, como já referido, a matemática é hierarquizada; todas as aprendizagens dependem das aprendizagens anteriores, sendo que se a criança não conseguir atingir um destes patamares dificilmente conseguirá progredir para os seguintes.
Por outro lado, é fulcral ter em atenção o facto de que a matemática não se cinge à escrita, sendo que não é necessário entrar na escrita quando as crianças a isso não são capazes.

Resumo elaborado por: Ana Catarina Marques (Monitora da APEE Autismo)

domingo, 4 de março de 2012

Serviço de Apoio as Familias - Interrupção Lectiva da Pascoa

Dando continuidade ao Serviço de Apoio à Familia a APEE Autismo informa o plano das actividades referentes ao SAF da Interrupção Lectiva da Pascoa que decorrerá de 26 a 30 de Março e de 02 a 05 de Abril na EB1/JI da Boucinha em Rio Tinto. Também podem encontrar a ficha de inscrição e Informativa que são obrigatórias na inscrição.

O valor deste serviço é de 140,00€ para as duas semana ou de 80,00€ para apenas uma semana e está incluído neste valor todas as actividades mencionadas no programa, transporte, alimentação e monitores. As inscrições serão aceites até ao dia 21 de Março.
Programa:
Semana de 26/30 de Março
Dia 26 Março Período da manha:
• Museu do Linho e do Milho Período da tarde:
• Piscina;

Dia 27 Março Saída dia inteiro:
• Associação Cães Amigos;
Varias actividades com animais;

Dia 28 Março Saída dia inteiro:
• Dia dos Transportes;
Viagem de metro;
Viagem de Eléctrico;
Visita ao Museu do Carro Eléctrico;
Picnic no Parque da Cidade;

Dia 29 Março
Período da manha:
• Gondolândia;
Período da tarde:
• Serralves “Animais”;

Dia 30 Março;
Período da manhã:
• Zoo da Maia;
Período da tarde:
• Actividade com Robots (Universidade do Minho);

Semana de 02/05 de Abril
Dia 02 Abril
Período da manha:
• Bombeiros de Matosinhos;
Período da tarde:
• Piscina;

Dia 03 Abril
Período da manha:
• Gondolândia;
Período da tarde:
• Actividades de Educação Física nas Instalações da FADEUP;

Dia 04 Abril
Período da manha:
• Centro Lúdico de Oliveira de Azeméis;
Período da tarde:
• Biscoito de Pascoa;

Dia 05 Abril
Saída dia inteiro:
• Dia da Natureza – Parque Biológico de Gaia;
Visita ao Parque;
Paparoca da Bicharada;